Ir direto para menu de acessibilidade.
Início do conteúdo da página

Na platéia

Publicado: Segunda, 21 de Janeiro de 2019, 17h19 | Última atualização em Segunda, 16 de Outubro de 2023, 19h15 | Acessos: 3490
imagem sem descrição.

Os primeiros cinemas do Brasil eram salas simples que em geral intercalavam outras atividades com a projeção dos (poucos) filmes que aqui chegavam. O Cine Palácio, inaugurado em 1902 no Passeio (centro do Rio de Janeiro), já fora boliche, café-concerto, teatro, e também apresentava uma grande variedade de espetáculos. Mas não demorou muito e a mania de frequentar os cinematógraphos espalhou-se pelas cidades brasileiras, tornando as salas de exibição cada vez mais adequadas para seu uso específico.

O fotógrafo Marc Ferrez inaugurou o Cinematógrapho Pathé em setembro de 1907, na então avenida Central, atual Rio Branco, Rio de Janeiro. A Maison Pathé-Frères, de Paris, fora contratada para fornecer e montar o equipamento da nova sala. Na época, o público ainda sofria com o calor intenso, pois as salas (pequenas, para os padrões das salas surgidas a partir da década seguinte) ainda não possuíam sistema de refrigeração.

A Casa Marc Ferrez permaneceu em atividade mesmo após a morte do seu fundador, encabeçada pelos seus filhos Julio e Luciano, que nos anos 1920 abririam algumas salas no trecho final da mesma avenida, dando início à mítica Cinelândia carioca.

O fundo Família Ferrez do Arquivo Nacional pode ser consultado na base de dados específica http://bases.an.gov.br/ferrez//ficha_tec_pesq2.php. Constituído por documentação iconográfica, escrita e cartográfica datada entre os anos 1839 e 2000, o fundo contém documentação pessoal da família Ferrez e da empresa fundada por Marc Ferrez, que permaneceria ativa por décadas ao longo do século XX.

As fotos pertencem ao fundo Família Ferrez, e registram o Cine Pathé, primeiro da família. O verso da foto acima informa que o registro foi tirado na inauguração da sala, e que Arthur Azevedo encontra-se entre o público, na segunda fileira com o chapéu na mão. O filme exibido chamava-se “Max quer patinar,” de Max Linder. Também informa que “a firma era constituída de Arnaldo Gomes de Souza e Marc Ferrez.” Na foto abaixo, a fachada do cinema em 1907.

FF.FMF.6.1.0.7.1. Rio de Janeiro,18 de setembro de 1907.

FF.FMF.6.1.0.7.5.2. Rio de Janeiro, 1907.

Leitura recomendada

 COSTA, Renato da Gama-Rosa. Os cinematógrafos do Rio de Janeiro (1896-1925). Hist. cienc. saude-Manguinhos,  Rio de Janeiro ,  v. 5, n. 1, p. 153-168,  June  1998 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59701998000100010&lng=en&nrm=iso>. access on  18  Jan.  2019.  http://dx.doi.org/10.1590/S0104-59701998000100010.

 

MORAES, Julio Lucchesi. A trajetória econômica da firma Marc Ferrez e filhos.  XX Encontro Regional de História: História e Liberdade. ANPUH/SP – UNESP-Franca, setembro de 2010.

(https://www.anpuhsp.org.br/sp/downloads/CD%20XX%20Encontro/PDF/Autores%20e%20Artigos/Julio%20Lucchesi%20Moraes.pdf)

Comments powered by CComment

Fim do conteúdo da página