Uma das maiores artistas plásticas que o Brasil conheceu – independente de gênero – Tarsila do Amaral nasceu no interior de São Paulo em 1886. Dedicou sua vida ao desenho e à pintura, criando um estilo peculiar que resultou em algumas das obras mais reconhecíveis, icônicas e populares da nossa arte. Integra a geração de jovens artistas que nos anos 20 do século passado, sob influência europeia e intensa dedicação aos estudos e ao trabalho artístico, questiona a tradição e busca estabelecer no Brasil um ambiente de criatividade e inventividade que resultassem em criações brasileiras mas modernas.
Após uma temporada europeia, volta ao Brasil exatamente no momento em que a Semana de Arte de 1922 espalhava seus estilhaços. Com os escritores Menotti del Picchia, Mário e Oswald de Andrade, e a artista plástica Anita Malfatti integra o Grupo dos Cinco, que ao longo da década de 1920 esteve a frente de iniciativas que promoviam esta nova forma de ver e fazer arte.
O trabalho de Tarsila de fato atravessou a linha para a modernidade – e a transgressão – já na década de 1920. Buscava inspiração no cubismo, mas sua obra tem raízes profundas na cultura popular brasileira. Abaporu, Operários, Primavera e Batizado de Macunaíma são telas que apresentam forte conexão com este aspecto e, especificamente, com a proposta antropofágica de Mário de Andrade – uma desconstrução/ reelaboração de variadas culturas e movimentos, como base para se pensar uma arte brasileira moderna.
Artista que, inspirando-se e reinventando as tradições do seu país conseguiu projeção internacional, Tarsila até hoje é uma das nossas artistas mais populares, batendo recordes de visitação no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MASP), onde 400 mil pessoas estiveram presentes em 2019 para a exposição Tarsila Popular, que reuniu 92 obras da pintora.
A fotografia (BR_RJANRIO_PH_0_FOT_08464) do jornal Correio da Manhã mostra Tarsila em 1969, tendo ao fundo o quadro Operários, de 1933. O arquivo sonoro (BR_RJANRIO_AA8_0_DSO_0011, Jornal do Brasil) é um trecho da retrospectiva anual da rádio Jornal do Brasil de 1973, anunciando a morte da artista. A página da Revista do Globo (BR_RJANRIO_J9_0_PER_0001_0014, José Amádio) de 1946 integra uma reportagem sobre a pintura em São Paulo, que incluía também Clovis Graciano, Hilde Weber, Di Cavalcanti, Alfredo Volpi, Lasar Segal e outros.