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Projeto Carajás

O programa Grande Carajás foi criado pela Companhia Vale do Rio Doce durante o governo do presidente João Batista Figueiredo. Estendeu-se por uma região de quase um milhão de quilômetros quadrados na região amazônica cortada pelos rios Xingu, Tocantins e Araguaia, englobando terras do Pará e do Maranhão. Esta região é considerada uma das mais ricas da Terra em quantidade de minério (ferro de alto teor, ouro, estanho, bauxita, manganês, níquel e cobre, além de outros minérios raros). A extensão do projeto exigiu a implantação de uma pesada infra-estrutura, o que implicou na construção da hidrelétrica de Tucuruí, da estrada de ferro Carajás e do porto de Ponta da Madeira, em São Luís.

O projeto não se limitou a atividade mineradora, e incorporou também iniciativas em agropecuária, supostamente como uma forma de incentivar o desenvolvimento da região e estimular a criação de empregos.

Décadas depois do projeto, na região em que atividades mineradoras continuam a devastar o meio ambiente, percebe-se que as populações locais convivem com altos níveis de violência e extrema precariedade de serviços básicos (saúde, educação, saneamento), ainda maiores do que a região na qual estão inseridas, historicamente carente de recursos que beneficiem a vida das suas populações. A despeito dos altos investimentos, dos lucros das empresas e da grande circulação de capital, a concentração de renda é brutal, mesmo considerando que o Brasil é um dos países com maior desigualdade de renda no planeta.

Vale do Rio Doce

A Companhia Vale do Rio Doce foi criada em 1942, no governo de Getúlio Vargas, em um contexto de intensificação de investimentos em exploração de recursos naturais que pudessem impulsionar o desenvolvimento industrial brasileiro, capitaneada pelo Estado.

Inicialmente dedicada a suprir o mercado interno, nos anos 1960 a Companhia ganha em dinamismo e diversifica suas atividades, e acaba disputando o mercado externo, conseguindo chegar à liderança mundial na exportação de minério de ferro nos anos 1970. Nessa década, já responsável pelo porto de Tubarão (ES), a empresa passa a explorar jazidas na região amazônica. Privatizada por Fernando Henrique Cardoso nos anos 1990, a Vale (seu nome atual) é hoje uma empresa privada de capital aberto. Ganhou as manchetes do mundo depois da tragédia de Mariana, em 2015, em que a barragem Fundão se rompeu, despejando toneladas de dejetos da atividade mineradora no rio Doce, virtualmente matando-o. Não se sabe até o presente momento se os danos são reversíveis.

Documentário da Companhia Vale do Rio Doce mostrando o início das obras do Projeto Carajás para exploração dos recursos minerais da Serra dos Carajás, Pará. Direção de Suzana Amaral e Jorge Bodanzky, fotografia de Pedro Farkas. Filmado em 1980.

Assista o video no YouTube.

BR RJANRIO AAA.0.FIL.5. Fundo Companhia Vale do Rio Doce Sociedade Anônima.

 

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