O povo brasileiro festeja, nas ruas, a esperada conquista da Copa do Mundo (1958)
Imagens incríveis mostram a comemoração do povo brasileiro nas praças públicas em São Paulo (SP), Belém (PA), Recife (PE) e Curitiba (PR) ao final da partida Brasil 5 x 2 Suécia, em 1958. A seleção vencia pela primeira vez na história a Copa do Mundo, oito anos depois da derrota para os uruguaios no Maracanã, em 1950. Multidões tomaram as ruas, escutaram o jogo final através do rádio e explodiram de felicidade assim que ele terminou. As filmagens mostram até mesmo pessoas que estavam em uma prisão, no Recife, acompanhando com expectativa o apito final do árbitro.
No meio das obras de Brasília, o presidente Juscelino Kubitscheck, tenso, também acompanhou a final pelo rádio, cercado de amigos. A reportagem celebra a emoção do futebol - chamado de “esporte das multidões” - nos quatro cantos do Brasil.
O vídeo também mostra a chegada dos campeões do mundo em Recife e, em seguida, no Rio de Janeiro. Jogadores e comissão técnica encontraram com suas famílias na sede da revista O Cruzeiro. Garrincha e Didi foram os mais ovacionados pelos milhares de torcedores que os receberam. Zagallo aparece emocionado ao reencontrar os parentes. O repórter relata que “o garoto Pelé” abraçou seus pais. Os craques Bellini, Dida, Vavá, Djalma Santos e o técnico Vicente Feola também foram bastante comemorados. Recebidos pelo embaixador Assis Chateaubriand, logo depois todos rumaram para o Palácio do Catete, onde se encontraram com o presidente JK. O cortejo até o palácio presidencial ocorreu em carro do Corpo dos Bombeiros, demorando cerca de três horas para percorrer apenas 4 quilômetros, uma vez que um gigantesca multidão o acompanhava. Ao final da reportagem, é lembrado que a Copa do Mundo era um “título há tantos anos desejado pelo povo”.
Esse vídeo pode ser acessado no Arquivo Nacional, dentro do fundo “Divisão de Censura e Diversões Públicas” (DCDP), série “Programas de Televisão”. A notação para se chegar a ele é BR RJANRIO NS.0.PGV.
A documentação da Divisão de Censura e Diversões Públicas (DCDP)
O decreto-lei n. 8.462, de 26 de dezembro de 1945, criou o Serviço de Censura de Diversões Públicas, subordinado ao Departamento Federal de Segurança Pública (DFSP). Pela lei n. 5.536, de 21 de novembro de 1968, foi criado o Conselho Superior de Censura (CSC), subordinado ao Ministério da Justiça (MJ), com a competência de apenas rever, em grau de recurso, as decisões censórias proferidas pelo diretor-geral do Departamento de Polícia Federal (DPF). O decreto n. 70.665, de 2 de junho de 1972, criou a DCDP, subordinada ao DPF.
Os documentos do DCDP deram entrada no Arquivo Nacional em 1990, enviados pelo Departamento de Polícia Federal (Brasil). Nova transferência com nova quantidade de acervo deu-se em 1994. O conteúdo é de recortes de filmes contendo reportagens, documentários e ficções censurados pela DCDP entre 1960 e 1988.