O Arquivo Nacional, maior e mais importante instituição arquivística do país, fundado em 1838, a partir dos anos 1970 e 1980 passou a desempenhar um papel fundamental na gestão de documentação pública. À sua função de guarda da memória e da história brasileiras juntou-se a atuação junto a administração pública no sentido de estabelecer diretrizes quanto ao manuseio (em sentido amplo) dos registros oficiais do Estado.
No final da década de 1970 a preservação de documentos produzidos pelo Estado foi estabelecida oficialmente como finalidade do Sistema Nacional de Arquivos, cujo órgão central era o Arquivo Nacional e que era composto pelos órgãos da administração federal direta e indireta que exercessem as atividades de arquivo intermediário e permanente.
A então diretora do Arquivo Nacional (1980-1990), Celina Vargas levou ao Ministério da Justiça (cuja estrutura o Arquivo então integrava) e à Unesco uma proposta de modernização da instituição que incluía necessariamente a mudança para uma nova sede, além de uma identificação completa de todos os acervos e o aperfeiçoamento do corpo técnico. O Ministério da Justiça e a Fundação Getúlio Vargas assinam convênio para concretizar o Projeto de Modernização Institucional Administrativa do Arquivo Nacional, firmado em 1981. Assim, o Arquivo Nacional ganhava autonomia como órgão da administração direta e a mudança para o novo endereço começou a ser planejada.
Em 1985 o órgão foi transferido para o edifício anexo ao complexo da Casa da Moeda, na praça da República (centro do Rio de Janeiro), desocupando as antigas instalações, que foram entregues à própria Casa da Moeda, também na praça da República. A troca parece ter sido benéfica para ambas as instituições, já que atualmente os edifícios históricos que as abrigam _ instalados em lados opostos em relação ao Campo de Santana _ encontram-se restaurados e abertos ao público.
O processo de restauração do complexo arquitetônico que pertencera à Casa da Moeda entre 1868 e 1984 foi finalizado em 2004. A edificação principal, construída em estilo neoclássico entre 1858 e 1868, resultou da iniciativa do então ministro da Fazenda Carneiro Leão. Embora a autoria do projeto seja desconhecida, a concepção dos jardins do complexo é atribuída a Auguste Glaziou, um notável artista do período Imperial responsável por áreas como o Passeio Público, a Quinta da Boa Vista e o Campo de Santana (Praça da República). Já a restauração, que contou com o aporte da Unesco e de empresas públicas e privadas, é de autoria do arquiteto Alfredo Britto e foi premiado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil em 2002. A área total do terreno é de 18.200 metros quadrados, onde estão implantados oito prédios de características e épocas diferentes, que foram sendo gradualmente edificados para atender às exigências de expansão da Casa da Moeda, perfazendo um total de 31.520 metros quadrados de área construída.
Quando da mudança de sede em 1985, os servidores do Arquivo Nacional, muitos dos quais recém chegados em função da modernização da instituição, ajudaram no remanejamento do acervo. O filme aqui exibido mostra um pouco desse processo.
BR_RJANRIO_AN_FIL_0_0001 Mudança de sede do Arquivo Nacional – 1985. Fundo Arquivo Nacional.