Em 13 de janeiro de 1964, cerca de seis mil trabalhadores do grupo Light (que então reunia subsidiárias responsáveis pela distribuição de gás, energia elétrica, telefônica e transportes) reunidos em assembleia optaram pela decretação da greve total em seus setores burocráticos e parcial nos setores elétrico, de transporte e telefônico. A mediação do governo não evitou a paralisação, motivada por questões econômicas: aumento e benefícios trabalhistas.
O governo João Goulart foi marcado por uma infinidade de greves em variados setores: portuários, ferroviários, metalúrgicos, tecelões, bancários... O envolvimento dos sindicatos e suas centrais ia além de reivindicações econômicas, e mesmo a posse de Jango foi marcada por uma greve geral decretada por lideranças sindicais diante da relutância das forças armadas em aceitar a posse de João Goulart depois da renúncia de Jânio Quadros. Durante o governo Jango várias paralisações assumiram um caráter político, buscando por exemplo pressionar o Congresso Nacional em favor da agenda do executivo.
A legislação brasileira durante muito tempo atrelou a atuação dos sindicatos a estrutura do Estado, o que limitava a sua atuação. Apesar do engajamento dos sindicatos e suas lideranças, as limitações estruturais acabaram por impedir que a resistência diante do golpe militar de 1964 fosse relevante. Após o golpe, estas lideranças sindicais (urbanas e rurais) foram as primeiras grandes vítimas da repressão.
O filme abaixo é uma matéria do Repórter Esso, programa jornalístico iniciado em 1941 patrocinado pela multinacional distribuidora de petróleo. Sua trajetória começou no rádio, passou para a tela de TV em 1952 e só se encerraria em 1970.
Fundo TV Tupi. BR RJANRIO NO.0.FIL.273.
Para conhecer um pouco mais sobre movimentos grevistas, visite a matéria com texto de Marco Aurélio Santana: É grave? É greve!
O acervo do Arquivo Nacional pode ser pesquisado em http://an/sian/Seguranca/Principal.asp