O Museu Nacional, instituído por d. João VI em 1818 como Museu Real, funcionava inicialmente no Campo de Sant'Ana (atual Praça da República). Em seus primeiros anos, a instituição se dedicava a catalogar e inventariar material representativo de uma natureza que os europeus consideravam tão exótica. Pedras, aves, peixes, ervas, insetos, e tudo o que fosse possível coletar transformavam-se em objeto de estudo aos olhos ávidos dos europeus recém-instalados, muitos deles em missões científicas organizadas pelos monarcas. Durante sua estadia aqui, a família real portuguesa também tentou transformar o Museu em um “cartão de visitas” do seu extenso império, utilizando seu acervo (limitado, embora diversificado) de itens provenientes das suas colônias na África e Ásia como mostra da sua identidade imperial.
Pedro II, monarca que forjou uma imagem de patrono das artes e ciências, incentivou a transformação do Museu em uma instituição científica, um centro de pesquisas. A sua primeira reestruturação (nos moldes do Museu Britânico) deu-se em 1842, e a segunda, a partir de 1870. Tais reestruturações alteraram a forma de organização dos acervos e incluíam, em determinados momentos, tentativas de atrair um público visitante maior.
Após o estabelecimento do regime republicano no Brasil, o Museu, já Nacional, foi transferido para o Palácio da Quinta da Boa Vista, no bairro imperial de São Cristóvão, Rio de Janeiro. Em 1946, o Museu foi incorporado a Universidade do Brasil (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro. Detentor do maior acervo de história natural e de antropologia da América Latina, tornou-se centro de referência em pesquisas nas áreas de botânica, antropologia, geologia, paleontologia. Do mais antigo fóssil humano encontrado nas Américas è extensa coleção de meteoritos acumulados ao longo de décadas, das relíquias egípcias adquiridas na época de d. Pedro II a coleção de fósseis de dinossauros de milhões de anos, o acervo do Museu contava mais de 20 milhões de itens, quase integralmente destruídos no incêndio de setembro de 2018.
Trecho de cinejornal da Agência Nacional mostrando a inauguração da nova sala de Paleontologia do Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro, 1956. Cinejornal Informativo n. 44/56 (1956). Fundo Agência Nacional. BR_RJANRIO_EH_0_FIL_CJI_179