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Carnaval há cem anos: Rosas e Tenentes

As Grandes Sociedades Carnavalescas do Rio de Janeiro surgiram ainda na metade do século XIX, propondo-se a promover festejos alternativos ao popular (e violento) entrudo, que permitisse as famílias da elite participar do carnaval.

Inspirados no Carnaval de Veneza, inicialmente as sociedades saíam em bem comportados desfiles de foliões luxuosamente fantasiados. A utilização de “carros alegóricos” (na época, carroças puxadas por burros que levavam enfeites de grande porte) foi uma inovação que acabou herdada pelas escolas de samba.
O Tenentes do Diabo foi uma das primeiras e certamente mais populares Sociedades. Sua popularidade entrou pelo século XX, quando venceu algumas vezes as competições carnavalescas. Na época, era o Chefe de Polícia do Distito Federal (Rio de Janeiro) quem autorizava o funcionamento e desfiles das sociedades.

Mas foram os cordões Carnavalescos os responsáveis por fazer do carnaval de rua a festa popular e musical que nós conhecemos. Surgidos nos estertores do Império, os cordões resultavam da aproximação de amigos do mesmo bairro para se divertir, brincar e criticar a situação de uma forma geral. O mais famoso cordão _ além do resistente Cordão da Bola Preta _ talvez tenha sido o Rosa de Ouro, do Andaraí, que inspirou a maestrina Chiquinha Gonzaga a compor sua famosa marcha O Abre Alas, de 1899, marca do carnaval carioca, possivelmente a primeira música feita especialmente para o carnaval.

Nas imagens, documentos do fundo Série Justiça IJ6.

IJ6.648.3 – Estatutos do Rosa de Ouro

IJ6.648.2 _ Solicitação da Sociedade  funcionamento do Club Tenentes do Diabo para funcionar no ano de 1918

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