A Rádio Sociedade Mayrink Veiga iniciou de forma definitiva as suas transmissões em janeiro de 1926. Carmen Miranda, Francisco Alves, Silvio Caldas e Vicente Celestino chegaram a apresentar-se em seus estúdios antes mesmo do início da década de 1930. Em 1933, sob direção de César Ladeira, a emissora começa seu período de ouro, anunciando a Era de Ouro do Rádio no Brasil. Ao longo das décadas seguintes, outros grandes nomes da música brasileira passariam pela Mayrink Veiga, como Lamartine Babo, Nonô, Moreira da Silva, Noel Rosa e muitos outros.
No final da década de 1950, metade das ações do fundador Antenor Mayrink Veiga foram vendidas, e nos anos seguintes passaram por Vítor Costa, que por sua vez as vendeu a Assis Chateaubriand, sendo depois adquiridas pelo grupo Simonsen. Em 1962, Antenor Mayrink Veiga vendeu a sua metade da rádio ao senador Miguel Leuzzi. Aparentemente o senador não cumpriu todas as suas obrigações legais, deixando a concorrente Rádio Globo em posição de solicitar o fechamento da rádio, o que acabou não ocorrendo naquele ano (a Rádio Globo precisava conseguir uma frequência nacional, uma vez que a sua, proveniente do Chile, estava sendo requisitada).
No início dos anos 1960, a emissora engajou-se na chamada Cadeia da Legalidade, liderada por Leonel Brizola, que com frequência fazia uso dos microfones da Mayrink Veiga: inicialmente criada para que João Goulart assumisse a presidência da República com plenos poderes após a renúncia de Jânio Quadros em 1961, a campanha acabou por ser um escudo de defesa de Jango contra forças golpistas.
O engajamento custou caro à emissora. Saulo Gomes, diretor de jornalismo da rádio Mayrink Veiga, relata no programa Caminhos da reportagem da TV Brasil que a rádio permaneceu no ar em apoio ao governo João Goulart até as 18h do dia 1º de abril de 1964, quando foi tirada do ar por milícias armadas de Carlos Lacerda, governador da Guanabara e um dos principais apoiadores do Golpe. Eventualmente a emissora foi fechada pelo presidente Castelo Branco, através do Mandado de Segurança nº 16.132 de 1965.
Durante as décadas de atividade, a rádio transmitia programas musicais apresentados por personalidades musicais, programas de humor, radionovelas, transmissões esportivas, debates políticos, noticiários e até programas de ginástica. O fundo Mayrink Veiga é majoritariamente composto por registros sonoros: as séries jingles, música popular e música erudita abarcam as décadas de 1930 a 1960. Apenas as séries “jingles” e “música erudita” encontram-se digitalizadas e disponíveis no SIAN.
O arquivo aqui apresentado é um mix de jingles da cerveja Caracu especialmente para o Carnaval, todos eles, uma adaptação de famosas marchinhas. Ouça aqui o jingle da cerveja Caracu.
BR RJANRIO SG.0.JIN.92 - Carnaval Caracú 1965.
Imagem de introdução: BR_RJANRIO_EH_0_FOT_EVE_02171_d0002de0003. Ornamentação das ruas para o Carnaval. Rio de janeiro, 1942.