O Arquivo Nacional não se limita a recolher, guardar e preservar a documentação produzida pelo Estado brasileiro, mas também possui coleções privadas consideradas de interesse público por determinações do CONARQ. Tais coleções e fundos privados encerram milhares de documentos oriundos da esfera privada: famílias, empresas, personalidades (políticos, artistas, ativistas, cientistas, acadêmicos), organizações políticas, produtoras de cinema, sindicatos... São mais de 300 conjuntos documentais privados que foram doados ao Arquivo Nacional, contendo mapas, fotos, filmes, cartas, livros, discos, relatórios de pesquisa, discursos, cartazes, jornais...
O fundo Valderi Antão Ruviaro e Yara Silvia Tucunduva é constituído por material doado por estes dois ex-professores universitários de São Paulo que militaram contra a ditadura militar e, já no período democrático, em movimentos sociais como ANAMPOS e CUT. O acervo foi doado ao Arquivo Nacional em 2009, quando também o AMORJ (Arquivo de Memória Operária) da UFRJ também recebeu parte do material acumulado pelo casal.
São folhetos, cadernos de formação popular, boletins, cartilhas, cartazes, jornais, painéis, teses de congressos de trabalhadores, agendas, recortes de jornais e de revistas, artigos, panfletos e poesias sobre sindicalismo, administrações populares (caso Diadema, por exemplo), movimentos sociais e operários nacionais e internacionais, plantas cadastrais de áreas de moradia popular em SP. Encontra-se parcialmente organizado. Para qualquer dúvida em relação ao acesso do acervo, acessar http://consulta.an.gov.br/.
As imagens que ilustram o texto são reproduções de cartazes das décadas de 1970 e, principalmente 1980. Confeccionados pela Central Única dos Trabalhadores, a maior central sindical do Brasil, eles ilustram principalmente a luta por direitos trabalhistas, mas também por mais democracia, eleições diretas para presidente (que só viriam a ocorrer em 1989) e reforma agrária.