Em 15 de dezembro de 1896 ocorreu a sessão preparatória para fundação da Academia Brasileira de Letras (ABL) nas instalações da Revistas Brasileira no centro do Rio de Janeiro, durante a qual Machado de Assis foi prontamente declarado presidente. A sessão inaugural ocorreria apenas em 20 de julho do ano seguinte, com discurso de Joaquim Nabuco e a presença de 16 acadêmicos. Em 1923 o governo francês doou para a academia o edifício Petit Trianon, construído no ano anterior para integrar a exposição internacional pelo Centenário da Independência. Até hoje é a sede da instituição, e se localiza próximo à Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro.
Palco de polêmicas e tradições, a ABL foi fruto da iniciativa de intelectuais que, no final do século XIX se inspiraram na Academia Francesa de Letras para criar sua versão brasileira. Atualmente a instituição conta com 40 membros efetivos e perpétuos (“imortais”) cujas “cadeiras” na academia ficam disponíveis apenas quando morrem, sendo então concedidas a outra pessoa, eleita pelos membros. Segundo seu estatuto, “A Academia Brasileira de Letras, com sede no Rio de Janeiro, tem por fim a cultura da língua e da literatura nacional, e funcionará de acordo com as normas estabelecidas em seu Regimento Interno.”
Apenas nos anos 1970 uma mulher foi admitida na ABL, mas esta é apenas uma dentre as muitas críticas à sua atuação ao longo do século XX. Entre as críticas, o conservadorismo exacerbado, as escolhas políticas em detrimento da qualidade literária, a completa ausência da instituição em quaisquer projetos que de fato popularizem a literatura brasileira, o silêncio diante dos mais graves problemas nacionais.
O fundo foi constituído a partir de doação realizada pela instituição ao Arquivo Nacional em 2004; conta com "Documentos cartográficos (mapas, plantas, tabelas de convenções) da África, América do Sul, Europa, Brasil, Bahia, Ceará, Distrito Federal (Rio de Janeiro), Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, São Paulo, Sergipe e cidades como Manaus e Roma, referentes a divisões políticas, limites, divisas, vias férreas, cartas náuticas, produção agrícola, economia, entre outros assuntos. Cartazes referentes a navegadores e descobridores portugueses e ao Instituto Biológico de Defesa Agrícola".
As imagens aqui apresentadas são partes de um mapa, a Carta do estado de Minas Gerais confeccionada em comemoração do primeiro Centenário da Independência [ BR RJANRIO DS.0.MAP.19 ]
Leitura recomendada:
Jorge, F. (1999). A academia do fardão e da confusão: a Academia Brasileira de Letras e os seus" imortais" mortais. Geração Editorial.
Oliveira, M. D. S. D. S. (2009). A memória dos imortais no arquivo da Academia Brasileira de Letras (Doctoral dissertation).