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Federação  Brasileira  pelo  Progresso  Feminino 

Publicado: Sexta, 07 de Dezembro de 2018, 16h01 | Última atualização em Terça, 17 de Outubro de 2023, 20h05 | Acessos: 8139
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A Federação  Brasileira  pelo  Progresso  Feminino  foi  fundada  em  9  de  agosto  de  1922,  por  Bertha  Maria  Júlia  Lutz,  com  sede  no  Rio  de  Janeiro. A entidade, cujo embrião foi a Liga pela Emancipação da Mulher, lutou pela igualdade de direitos entre homens e mulheres, pelo acesso das mulheres a educação e ao mercado de trabalho, e contribuiu para a conquista do voto feminino, garantido na Constituição de 1934.  Faziam  parte  de  sua  primeira  diretoria  Bertha  Lutz,  Jerônima  Mesquita,  Stela  Guerra  Duval,  Carmem  Portinho  e  Maria  Amália  Bastos.  A  instituição,  embora  tenha  tido  sua  ação  diminuída  durante  o  Estado  Novo,  manteve-se  funcionando  nas  décadas  seguintes,  persistindo  na  defesa  dos  direitos  da  mulher. Bertha Lutz, primeira presidente da entidade, formou-se em Ciências Naturais na França e, ao retornar, passou a trabalhar no Museu Nacional e a atuar em prol dos direitos das mulheres. Ela também foi uma das poucas representantes do sexo feminino na Conferência de São Francisco, que resultou na Carta da ONU. Sua atuação foi fundamental para que a igualdade entre gêneros fosse incluida na Carta como princípio fundamental da entidade.

A Federação, que embora tenha conseguido eleger algumas mulheres, não tinha vínculo partidário, e espalhou-se pelo Brasil através de suas filiadas estaduais. Constituida majoritariamente por mulheres de classe média alta, a entidade fez valer as relações pessoais de suas associadas com homens que tinham proeminância política para defender suas posições e propostas.

A entidade perdeu relevância com a decretação do Estado Novo, e não voltou a ocupar o mesmo espaço de antes. Continuou contudo a lutar em defesa dos direitos das mulheres e da igualdade de gênero. A Federação foi extinta apenas em 1986.

O fundo Federação Brasileira pelo Progresso Feminino é constituido por documentação doada ao Arquivo Nacional por ativistas da entidade nos anos 1976, 1985, 1986 e 2006. São registros únicos da atividade da FBPF e seus membros, documentação acumulada ao longo de décadas por suas mais dedicadas ativistas. A documentação revela a atuação pioneira da FBPF na luta pelos direitos da mulher, especialmente entre os anos 1920 e 1940. O fundo conta com documentação manuscrita, iconográfica, sonora, bibliográfica e cartográfica, e ainda publicações atribuidas ao fundo, que atualmente encontram-se sob guarda da biblioteca da instituição (Biblioteca Maria Beatriz Nascimento).

Em 2018, o fundo Federação Brasileira pelo Progresso Feminino recebeu a nominação Memória do Mundo nacional da Unesco/ ONU, em uma candidatura conjunta com outras 4 instituições, um programa que incentiva ações voltados para preservação, proteção e facilitação do acesso de patrimônios documentais.

 

Fotografia do I Seminário Brasileiro sobre Problemas da Mulher Jovem, Rural e Indígena em Dourados, Mato Grosso do Sul. Maria Sabina de Albuquerque (1ª), Berta Maria Júlia Lutz (2ª) e Loide Bonfim Andrade de pé ao lado de integrantes da Missão Evangélica Caiuá, Mato Grosso. Dourados, 1974.

 

Referências:

COSTA, Nailda Marinho. A educação das mulheres no pensamento da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (1922-1931). In: CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: percursos e desafios da pesquisa e do ensino de história da educação, 6, 2006, Uberlândia. Anais...

KARAWEJCZYK, Mônica. As Filhas de Eva querem votar: dos primórdios da questão à conquista do sufrágio feminino no Brasil (c. 1850-1932). 2013. Tese (Doutorado em História), Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

LOPES, Maria Margaret. Consideraciones sobre gênero y ciências en la trayectoria feminista de Bertha Maria Julia Lutz (1894-1976). In: MIQUEO, Consuelo; BARRAL, Maria José; MAGALLÓN, Carmen. (Org.). Estudios iberoamericanos de gênero em ciência, tecnologia y salud. Zaragoza: Prensas Universitarias de Zaragoza, 2008.

 

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