Carta Internacional do Mundo ao 1.000.000, Brasil. Quadro de união das folhas brasileiras [mapa índice]. Clube de engenharia do RJ, 7/9/1922.
“A Carta Internacional do Mundo obedece na sua confecção normas internacionais. Sua proposta é recobrir a superfície do planeta na escala 1:1.000.000, sendo que cada folha deve abranger uma área de 4° em latitude por 6° em longitude. Essas são folhas são limitadas por meridianos espaçados de 6° em 6°, a partir no meridiano internacional, e por paralelos espaçados de 4° em 4° a partir do equador. A Carta Internacional do Mundo é uma carta de uso geral, um documento que permite uma visão de conjunto do mundo para estudos preliminares de investimentos e os planejamentos de desenvolvimento econômico. É utilizada como base cartográfica na preparação de séries de cartas temáticas (por exemplo: população, solo, geologia, vegetação, limites administrativos, transportes, comunicações). Esta carta atende às necessidades dos especialistas de diversas ciências, sendo importante ferramenta em estudos e análises.” Ver https://cesad.ufs.br/ORBI/public/uploadCatalago/11202404042012Cartografia_Basica_Aula_12.pdf.
O presente documento – um mapa do fundo Francisco Bhering – integra o primeiro projeto brasileiro a participar da confecção da carta descrita acima, trecho retirado do formulário de candidatura deste acervo ao Memória do Mundo internacional da Unesco em 2011, candidatura aliás vencedora da nominação.
A Carta do Brasil ao milionésimo acompanharia a obra Geografia do Brasil, obra destinada a comemoração do centenário da independência do país proposta pela Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro. Coordenada por Francisco Bhering, a comissão que levaria o projeto adiante, incluindo subsequentemente a Carta do Brasil ao 1.000.000, resultou da cooperação de várias entidades tais como a Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, o Instituto Histórico e Geográfico, o Clube de Engenharia, a Escola Politécnica, o Exército e a Marinha. O esforço conjunto levou ao estudo de mapas e plantas já existentes, ajustes para enquadrá-las na escala necessária (redução para 1:1.000.000), quadros de controle da execução das folhas do projeto, novos desenhos e esboços adequados ao rigor metodológico da cartografia moderna, que dava seus primeiros passos no Brasil.
De acordo com o Departamento de Cartografia do IBGE, a Carta Internacional ao Milionésimo “fornece subsídios para a execução de estudos e análises de aspectos gerais e estratégicos, no nível continental” (IBGE, 1998:47). Ela já foi revista algumas vezes desde sua primeira versão. É uma representação de toda a superfície terrestre, na projeção cônica de LAMBERT (com dois paralelos padrões) na escala de 1:1. 000.000. Atualmente, no Brasil o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e o Exército brasileiro, através da DSG (Diretoria do Serviço Geográfico),são constitucionalmente, responsáveis pelo mapeamento topográfico sistemático do país.
O Arquivo Nacional tem as 51 folhas que constituem a Carta do Brasil ao Milionésimo, com a notação BR RJANRIO F4.0.MAP.252.