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Vargas em Canudos, Agência Nacional

O decreto-lei  n. 7.582 de 1946 põe fim a existência do D.I.P (Departamento de Imprensa e Propaganda), órgão de atuação destacada e um dos símbolos da atuação autoritária do Estado Novo de Getúlio Vargas, e cria o  Departamento  Nacional  de  Informações,  subordinado  ao  Ministério  da  Justiça  e  Negócios  Interiores. Com a extinção do Departamento Nacional de Informações já no ano seguinte, o órgão ficou diretamente subordinado ao Ministério da Justiça.

O artigo 14 do referido artigo afirmava: “a Agência Nacional, subordinada diretamente ao Diretor Geral, fará distribuição de noticiário e serviço fotográfico, em caráter meramente informativo, à imprensa da Capital e dos Estados.” Assim, a Agência Nacional nasceu com a função de repassar o registro oficial dos eventos relevantes à administração pública aos órgãos de imprensa. Desta forma, uma imagem muito específica acerca da nossa história oficial começou a ser construída, criando uma narrativa acerca destes eventos e acerca do próprio centro de poder. Para além de um registro aparentemente neutro de uma realidade que se desenrola diante dos nossos olhos e lentes, as fotos veiculadas pela Agência Nacional exemplificam como as imagens produzem sentido, criam relações e explicitam visões de mundo.

Além das fotografias, a Agência Nacional produzia distribuía discursos e registros sonoros oficiais, que atualmente estão na série Documentos sonoros do fundo. Posteriormente, a Agência Nacional passou a produzir também pequenos filmetes, noticiosos distribuídos e veiculados por todo o Brasil, tratando dos mais variados assuntos, desde a agenda dos presidentes à vida cultural nas cidades brasileiras.

O fundo Agência Nacional começou a ser reunido no Arquivo Nacional nos anos 1960. O conjunto inclui, também, documentos produzidos e acumulados pelo Departamento de Propaganda e Difusão Cultural e pelo Departamento de Imprensa e Propaganda, órgãos antecessores da Agência Nacional, datados dos anos de 1930. Por esta razão, encontramos inúmeros registros sonoros e fotográficos datados ainda da década de 1930.

Visita de Getúlio Vargas em Lobato, Agência Nacional

A série Fotografias subdivide-se em: Aeronáutica, Estado Maior das Forças Armadas, Eventos, Exército, Força Expedicionária Brasileira, Marinha, Pessoas Públicas, Presidentes da República. O material foi produzido entre 1935 e 1982, e encontra-se integralmente organizado e digitalizado, disponível em http://sian.an.gov.br .

Visita de Vargas em Lobato, Agência Nacional

Nas imagens aqui publicadas, registros de uma viagem que o então presidente Getúlio Vargas realizou a Bahia em outubro de 1940. No ano anterior, petróleo havia sido descoberto no Estado, o que desde o início originou polêmicas e disputas extremas, com técnicos da empresa estadunidense Standard Oil afirmando que a descoberta não passava de fraude. Campos de exploração foram estabelecidos na região poucos anos depois, mas a prospecção e exploração de petróleo só viriam a se tornar uma atividade rentável com a criação da estatal Petrobrás, criada por Vargas em 1953, a despeito de intensa campanha contra a nacionalização da exploração do produto.

As outras fotos registram a parada realizada na região de Canudos, episódio que aparentemente impressionou o presidente depois que este leu a obra de Euclides da Cunha, Os Sertões.

        Vargas em Canudos, Agência Nacional

Presidente Getúlio Dornelles Vargas (1939-1941) na Bahia: viagem a Canudos, BA. Outubro, 1940. BR_RJANRIO_EH_0_FOT_PRP_00004

Presidente Getúlio Dornelles Vargas (1939-1941) na Bahia: visita Lobato, BA. Outubro, 1940. BR_RJANRIO_EH_0_FOT_PRP_00005

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