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Entre setembro de 1922 e julho do ano seguinte, a então Capital Federal _ o Rio de Janeiro _ sediou uma grande Exposição Internacional, a Exposição Internacional do Centenário da Independência. Expositores de 14 países marcaram presença, além de mais de seis mil expositores brasileiros representando todos os estados da federação. Calcula-se que mais de 3 milhões de pessoas tenham circulado pela Feira. Concentrando variadas atividades ligadas à indústria, comércio e cultura, a Exposição Nacional exibiu 25 seções relacionadas a educação; letras e artes; mecânica; eletricidade; engenharia civil; transporte; agricultura; indústria alimentar; metalurgia; decoração e mobiliário; fios, tecidos e vestuários; indústria química; higiene e assistência social; ensino prático e trabalho manual da mulher; comércio; estatística; esportes _ para citar alguns exemplos. Também foram oferecidas atividades como exibição de filmes e conferências sobre história, direito, engenharia, química, educação e outros temas.

Além dos grandes pavilhões, duas portas monumentais foram construídas para o evento: a principal localizava-se na avenida Rio Branco, ao lado do Palácio Monroe e tinha 33 metros de altura. E foi neste Palácio que a Comissão Executiva da Comemoração do Centenário da Independência se instalou, funcionando como quartel-general da equipe do prefeito Carlos Sampaio.

A Exposição começou a ser concebida em junho de 1920, quando Ralph de Cobham, representante de um grupo de investidores estrangeiros no Brasil, sugeriu ao Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio a realização de uma “exposição internacional de comércio e indústria” para a comemoração do Centenário da Independência. Aderindo à ideia, o senador Paulo de Frontin, propõe a emissão de cem mil contos para financiar o evento, provocando acirrado debate no Congresso Nacional, diante da crise financeira pela qual passava o Brasil. Mas o decreto nº 4.175, de 11 de novembro de 1920 determinou a realização da exposição dentro do programa de comemorações do Centenário, que incluiu conferências, emissão de selos e medalhas, e a publicação de dicionários, mapas e livros comemorativos. Sua organização foi responsabilidade do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, então chefiado pelo engenheiro João Pires do Rio. O presidente Epitácio Pessoa indicou o engenheiro Carlos Sampaio para liderar as obras de saneamento e embelezamento da então Capital Federal, o Rio de Janeiro.

Das 15 construções erguidas para o evento, sobraram apenas o pavilhão da Administração (Museu da Imagem e do Som); o palácio da França (Academia Brasileira de Letras); o palácio das Indústrias (Museu Histórico Nacional); e o pavilhão de Estatística (órgão do Ministério da Saúde).

Segundo o SIAN, “criada pelo  decreto  n.  4175,  de  11/11/1920,  a  Comissão  Executiva  da  Comemoração  do  Centenário  da  Independência  era  diretamente  subordinada  ao  presidente  da  República,  embora  integrasse  a  estrutura  do  Ministério  da  Justiça  e  Negócios  Interiores.  Competia-lhe  organizar  o  programa  das  comemorações  do  Centenário  da  Independência,  o  que  incluía  uma  exposição  internacional  no  Rio  de  Janeiro.  Era  constituída  pelo  ministro  da  Justiça  e  Negócios  Interiores,  ministro  da  Agricultura,  Indústria  e  Comércio  e  prefeito  do  Distrito  Federal. A documentação foi recolhida pela Diretoria do Interior do Ministério da Justiça e Negócios Interiores, em 1929. Iconográfico e textual.” Contém cartazes, desenhos das moedas comemorativas, planos dos edifícios da exposição, registros de despesas, notas de empenho, boletins de eventos desportivos, expediente das delegações estrangeiras, catálogos da exposição.

 As imagens desta matéria pertencem ao fundo  Comissão  Executiva  da  Comemoração  do  Centenário  da  Independência  do Arquivo Nacional.

DRAGO, N., Boas, N. V., & Guedes, S. (2020, July). RECONSTITUIÇÃO HISTÓRICO TEMPORAL DA EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DO CENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA. In VI Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo.

Sant'Ana, T. R. D. S. D. (2008). A Exposição Internacional do Centenário da Independência: Modernidade e Política no Rio de Janeiro do início dos anos 1920.

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