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A biblioteca Maria Beatriz Nascimento, do Arquivo Nacional, guarda diversas obras e periódicos raros, de diferentes períodos da história. Hoje apresentamos algumas dessas obras, disponíveis para consulta mediante agendamento, que têm em comum o fato de terem sido lançadas nos últimos anos do século XIX ou primeiros anos do século XX, além de se preocuparem em apresentar e discutir questões relativas ao Brasil, ou melhor, regiões específicas do país. Consoante com os primeiros anos da República, os estudos buscavam compreender o país e suas diversas regiões de modo a empreender projetos modernizantes, ou difundir imagens específicas acerca dos locais estudados.

A nova capital federal e o planalto central do Brasil, de Antônio Martins de Azevedo Pimentel, lançado em 1894 foi escrita por um médico higienista que foi diretor do Laboratório Bacteriológico Federal, sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e professor da Faculdade de Odontologia e Farmácia de Ribeirão Preto; integrante da missão Curls - a Comissão Exploradora do Planalto Central, de 1892, chefiada por Luiz Cruls, então diretor do Observatório Nacional, para demarcar a futura nova Capital Federal que a primeira Constituição Republicana determinou – expôs suas impressões na presente obra.

O tupi na geografia nacional. Memória Lida no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, de Theodoro Sampaio, lançado em 1901. Escrito pelo engenheiro, geógrafo e historiador baiano Theodoro Sampaio, também integrante do diversos Institutos Históricos e Geográficos (instituição nacional que também ensejava a criação de entidades similares em nível local) e de várias expedições exploratórias, este livro é um marco no estudo das línguas nativas dos indígenas brasileiros. Apesar de homem negro, suas teorias incorporavam o racismo disseminado na época, inclusive em teorias que se diziam científicas. No entanto, condenava a escravidão e defendeu o seu fim.

Luiz Cavalcanti lançou A Amazônia em 1893, livro que se dedica aos recursos humanos, naturais, materiais da região amazônica, em uma busca para compreender as conexões possíveis entre as atividades do entorno rural das cidades e as áreas urbanas. Já São Paulo: com 100 estampas, segundo os quadros originaes, de Gustavo Koenigswald (1895, imagem de abertura) traz reproduções fotográficas de São Paulo do final do século XIX.

Referências das obras:

OR 147 - A nova capital federal e o planalto central do Brasil: Antônio Martins de Azevedo Pimentel. 1894.

OR 2156 - O tupi na geografia nacional. Memória Lida no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Theodoro Sampaio. 1901.

OR 2162 - A Amazônia em 1893. Luiz Cavalcanti.

OR 0158 - São Paulo: com 100 estampas, segundo os quadros originaes. Gustavo Koenigswald. 1895. Reproduções fotográficas de São Paulo do final do século XIX.

Recomendação de leitura

Lacerda, F. G., & Vieira, E. R. C. (2015). " O celeiro da Amazônia": agricultura e natureza no Pará na virada do século XIX para o XX. Topoi (Rio de Janeiro), 16, 157-181.

Souza, J. M. D. (2003). Teodoro Sampaio, o cientista e a questão racial. Salão de iniciação Científica (15.: 2003: Porto Alegre, RS). Livro de resumos. Porto Alegre: UFRGS, 2003.

Vergara, M. D. R. (2008). Território e saúde: o estudo de Antônio Pimentel sobre o Planalto Central. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, 15, 865-881.

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